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Manchas após tratamento de vasinhos e varizes: por que ocorrem e como tratar

Atualizado: 18 de abr. de 2020

Você estava descontente com seus vasinhos e procurou um cirurgião vascular para resolver seu problema. O cirurgião, por sua vez, após analisar suas pernas e seus exames indicou o tratamento com escleroterapia. Após algumas sessões, os vasinhos diminuíram consideravelmente, porém apareceram algumas manchas acastanhadas em seus antigos trajetos. Você continuou descontente pois trocou um vasinho por uma mancha. Nesse momento, você se pergunta: Por que eu fui fazer esse procedimento, meu Deus. Por que?????


Calma, não precisa se desesperar! Tudo nessa vida tem jeito!

Conheça neste artigo as causas do surgimento das manchas, como evitar que elas apareçam e o que fazer quando elas já estão presentes.


A escleroterapia ou secagem de vasinhos pode causar manchas na pele e piorar o resultado estético

A primeira coisa importante que você precisa saber é que o aparecimento de manchas escurecidas na região em os vasinhos foram tratados é muito comum. Os estudos científicos mostram que as manchas após escleroterapia vão ocorrer em até 30% dos casos. Ou seja: 1 em cada 3 pessoas que forem submetidas ao tratamento de vasinhos com aplicação de esclerosante vai ter alguma mancha. Essa é a notícia ruim.


A notícia boa é que esses estudos também mostraram que essas manchas se resolvem espontaneamente, sem ajuda de cremes, laser ou qualquer tratamento que seja. Estima-se que 80% das manchas desaparecem completamente após um período de 6 a 24 meses. Esses dados foram retirados de um dos principais estudos realizados sobre o tema, que pode ser lido aqui.


O que causa o aparecimento das manchas após a escleroterapia (secagem ou aplicação) dos vasinhos?


Os mecanismos que levam à formação das manchas escurecidas pós escleroterapia são basicamente dois: deposição de hemossiderina na derme e hiperpigmentação pós inflamatória.


O depósito dérmico de hemossiderina é o principal responsável pelas manchas. A hemossiderina é um a substância derivada da degradação da hemoglobina, que é o pigmento contido nos glóbulos vermelhos, responsável pela cor vermelha do sangue. Esse tipo de mancha acontece porque dentro dos vasinhos submetidos à escleroterapia contém sangue que, em contato com o medicamento esclerosante, coagula e fica "preso" dentro do vasinho tratado. Com a degradação do vasinho destruído pelo esclerosante, o pigmento acaba depositado na derme, funcionando como a tinta de uma tatuagem.


Alguns fatores aumentam a chance de ocorrerem manchas desse tipo: presença de hipertensão venosa, níveis sérios aumentados de ferritina e o tipo de esclerosante. Os esclerosantes mais potentes como o sotradecol e o polidocanol causam mais manchas do que os esclerosantes de potência média como a glicerina crômica e a glicose. Falei um pouco mais sobre os tipos de escleroterapia e esclerosantes no post "Vasinhos nas pernas: como acabar com eles!".


Dependendo do tipo de esclerosante utilizado nos vasinhos e varizes, podem ocorrer manchas com mais facilidade

O segundo tipo de mancha, aquelas derivadas da reação inflamatória gerada pela escleroterapia, ocorrem devido a um excesso de produção de melanina pelas células da nossa pele em resposta à agressão sofrida. Todo tipo de interferência externa na pele pode causar manchas escurecidas, como cortes, contusões, inchaço etc. Os indivíduos de pele morena e negra têm esse tipo de mancha com mais frequência do que os branquinhos e a exposição ao sol atua como um fator agravante, piorando bastante o aspecto da mancha. Outro fator que pode piorar esse tipo de mancha é o uso de antibióticos da família das tetraciclinas.


O que eu posso fazer para evitar as manchas durante o tratamento dos vasinhos?


A única forma de evitar 100% das manchas é não tratar os vasos. Como eu disse acima, é muito comum o aparecimento das manchas e, por mais que tudo seja feito de forma adequada, elas podem surgir. Claro que, se a técnica for aplicada de forma incorreta, se forem usadas concentrações de esclerosantes inadequadas e não houver um controle adequado da pressão do medicamento durante a injeção, a chance de aparecimento de manchas é maior. Por isso que eu digo e repito: NÃO FAÇA ESSE TIPO DE PROCEDIMENTO COM PESSOAS NÃO HABILITADAS. A maioria das vezes, o barato vai sair caro. Procure sempre um cirurgião vascular ou angiologista para realizar o tratamento dos seus vasinhos e varizes.


Foi demostrado em um estudo americano publicado em 2003 no Journal of Vascular Surgery (leia mais aqui) que a retirada do coágulo de sangue formado dentro do vasinho tratado de uma a três semanas após a sessão de escleroterapia diminui significativamente a formação de manchas escurecidas. Dessa forma, é importante o retorno ao médico Cirurgião Vascular após a sessão para verificar se algum coágulo se formou dentro dos vasos tratados. Se isso ocorrer, é recomendável realizar a retirada do coágulo através de pequena incisão em cima do vasinho e expressão (ou seja, espremer como se fosse uma espinha). Geralmente, esse procedimento é realizado no próprio consultório, sob anestesia local.


Outro estudo importante sobre escleroterapia mostrou que o uso de compressão através de meias elásticas de 20-30 mmHg por até 3 semanas após a sessão de escleroterapia diminuiu de 10 para 2% a chance de formação de manchas hipercrômicas. O mesmo estudo mostrou que quanto maior o tempo de uso da compressão, maior o benefício. (leia o resumo do estudo neste link aqui).


Estou com a pele manchada, o que eu faço agora?


Depois de instaladas, as manchas tendem a sumir com o tempo e ajuda de cosméticos e tratamentos dermatológicos

Como eu disse no começo do texto, a grande maioria dessas manchas vai sumir com o tempo. Esse tempo pode variar de 6 a 24 meses. Como ninguém vai querer esperar dois anos para melhorar a aparência das pernas, é possível realizar alguns tratamentos para acelerar o processo.


As manchas que ocorrem pela reação inflamatória (hiperpigmentação pós inflamatória) geralmente respondem bem a cremes clareadores e ácidos, como a hidroquinona, ácido glicólico, ácidos hidroxilicos e ácido retinóico (tretinoína). Outros ácidos que também podem ser usados são o ácido azeláico, o ácido fítico e o ácido kójico. As concentrações e formas de utilizar esses produtos variam de caso a caso. Para um tratamento adequado utilizando essas substâncias, visando obter o melhor efeito e diminuir a chance de reações adversas, é fundamental procurar ajuda de um médico dermatologista.


Já aquelas manchas que ocorrem por deposição de hemossiderina (pigmento do sangue) são mais difíceis de serem tratadas e respondem pouco ao tratamento com cremes. Nesses casos, geralmente há indicação de procedimentos como a crioterapia, a luz intensa pulsada e o laser.


Por isso, é imprescindível a atuação em conjunto do Cirurgião Vascular e do Dermatologista quando essas complicações ocorrem, possibilitando o melhor tratamento possível.


Resumindo....


As manchas pós tratamento de vasinhos por escleroterapia são muito comuns e geralmente causadas por deposição do pigmento do sangue na pele, ou ainda devido à reação inflamatória causada pela injeção do medicamento esclerosante. Para evitar o aparecimento desse problema faça o procedimento com médico Cirurgião Vascular ou Angiologista, que são especialmente treinados e habilitados para a realização desse procedimento. Além disso, não deixe de fazer o seguimento adequado verificando com seu médico a necessidade de realizar drenagem de coágulos ou de usar compressão elástica. Para aqueles que já estão com manchas, resta buscar ajuda de um Dermatologista, que irá identificar o tipo de mancha e sugerir o tratamento mais adequado.


____________________________________

Dra Juliana Puggina - Cirurgia Vascular - São Paulo - Varizes

Sobre a autora


Dra. Juliana Puggina é médica cirurgiã vascular e escreve artigos informativos no blog 'Pernas pra que te quero'. Formada em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com residência médica em Cirurgia Vascular e Endovascular pela Universidade de São Paulo (USP). Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e do American College of Phlebology.


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